sexta-feira, 31 de maio de 2013

Roer as Unhas Aumenta Chance de Verminose


A guerra contra verminoses e outras doenças

Segundo a UNICEF e a OMS é possível reduzir a incidência de infecções em até 40% com o simples ato de lavar as mãos.




Sou neurótica no quesito higiene das mãos. Daquelas mães bem chatas, mal a Bia pisa em casa exclamo: “Lavar a mãozita, Mariquita”. É a primeira coisa que nós duas fazemos e ai da pequena se demorar um minuto e sair tocando nos móveis ou afagando a gata. Idem ao usar o banheiro e, para mim, vale também antes de cozinhar. Tenho sempre álcool gel na bolsa e, em passeios mais longos, lenços umedecidos. E mesmo com todo o cuidado do mundo, ano passado a Bia foi diagnosticada com vermes. Como, quando, onde contraiu? Também adoraria saber. 

Quando uma criança tem vermes, a culpa é sempre da mãe, mesmo que não seja. Olhares recriminadores caem sobre nós como se não cuidássemos direito da cria. Se não há culpa, há vergonha. Por mais que outras mães solidárias consolem-nos “isso é normal nessa idade”, e que seja impossível impedir que uma criança coloque a mão suja na boca de vez em quando, lá no fundo a gente se sente incompetente por não ter evitado o contágio. Sim, eu sei, são milhões de micro-organismos contra você, é uma luta desigual. Mas quem disse que ser mãe é fácil?




A doença que Ana Bia teve chama-se Giardíase, causada pela ingestão dos cistos do protozoário Giardia lamblia, encontrados em riachos e córregos. Uma vez dentro do corpo, já na forma adulta, essas criaturas microscópicas detestáveis instalam-se no intestino e ali ficam dificultando a absorção de nutrientes, podendo levar à desnutrição. Há casos assintomáticos, mas os sintomas mais comuns são cólicas e distensão abdominal, cocô mole e muito fedido (além do normal), perda de peso sem motivo aparente, gases e o que ela teve: diarreia. Passou dez dias indo ao banheiro direto e nada fazia curar.

No início achei que fosse algo que houvesse comido. Cortei o leite, o requeijão, frituras e aumentei a oferta de água, Ana Bia andava com uma garrafinha pra cima e pra baixo. Observei-a durante três dias e não melhorou. Passei na farmácia e comprei um medicamento para recompor a flora intestinal. Deu uma apaziguada na situação por dois dias, parecia que ia ficar tudo bem, mas voltou ao quadro inicial, só que sem cólicas. Raios triplos!

Resolvi procurar um pediatra aqui em São Paulo, pois o dela é do Rio de Janeiro. Pedi indicações às amigas, nenhum atendia emergências, só com hora marcada e não havia horários naquela semana pré-carnaval. Liguei para o posto de saúde do bairro, que me disseram que era bem bom, mas precisava ser cadastrado para ser atendido. Pedi para me registrar, então. Anotaram meus dados e fui informada de que um funcionário iria até a minha casa para conferir se eu morava mesmo onde dizia, coisa e tal. Estou esperando a visita dele até hoje. 



Nisso, chegou o Carnaval. Ana Bia foi para o Rio passar dez dias com o pai cheia de recomendações. E graças à santa avó, que a levou ao médico da família, ficamos sabendo através de um exame de fezes que era a tal verminose. Uma das mais chatinhas de curar, diga-se. Tem que tomar remédio por 15 dias, dar uma trégua de dez, e voltar a tomar mais duas semanas. Seguimos à risca o tratamento e final feliz.

Como eu comentei, é praticamente impossível controlar uma criança 100% do tempo. Na escola, na rua, nas brincadeiras com os amigos, na colônia de férias na fazenda sempre há uma chance de ela se contaminar. Mas há, sim, maneiras de prevenir ou pelo menos fazer com que as probabilidades de contágio sejam menores. São elas:

Lavar as mãos sempre, sempre e mais. No mínimo 5 vezes por dia, nas seguintes situações: antes do café da manhã, do almoço, do jantar, após usar o banheiro e ao chegar em casa da rua. Com essa prática você evita até dez doenças, a saber: infecção estomacal, respiratória, gripes, resfriados, diarreia, doenças de pele, espinhas, dor de garganta, infecções no ouvido e erupções na pele. Segundo a UNICEF e a OMS (Organização Mundial de Saúde), é possível reduzir a incidência de infecções em até 40%.

Oriente seu filhote para que evite colocar a mão na boca, chupar o dedo, roer as unhas, cavoucar a gengiva, lamber os dedos ao sujar com picolé, entre outras práticas do gênero. Explique as consequências. Com incentivo, crianças maiorzinhas não só entendem como ajudam orgulhosas na missão “autocontrole”.


Não tem uma pia com sabonete à vista? O álcool em gel é uma medida complementar comprovadamente eficaz, mata 99% das bactérias, incluindo o vírus da gripe H1N1. Leve sempre um frasquinho na bolsa. O meu é perfumado e adivinha? A Bia implora para usar. Junta as mãos em forma de súplica e faz cada careta hilária! Ser mãe não é fácil, mas, vamos combinar, pode ser bem divertido.

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