Como ajudar a criança a lidar com a perda
Psicóloga explica como pais podem ajudar a criança a lidar com a perda
Diz
o ditado que para a morte e os impostos não há jeito: é preciso se
acostumar com ambos. Mas a perda de um ente querido costuma ser uma
experiência bem mais devastadora do que pagar impostos. Atravessar o
processo de luto não é fácil. E, se para os adultos já é difícil,
imagine para aquela criança que perdeu a avó querida ou o bicho de
estimação. Como os pais podem ajuda-la a lidar com a perda e com o
processo de luto?
Esse é um dos temas que as psicólogas
especialistas em luto, Edirrah Gorett Bucar Soares e Maria Aparecida de
Assis Gaudereto Mautoni, trabalham no livro "Conversando sobre o luto",
lançamento da Editora Ágora. Na obra, as psicólogas explicam como falar
sobre a morte com as crianças, dão orientações para superar a perda de
forma saudável e ainda propõem reflexões a médicos e psicólogos. Uma
pessoa "enlutada" apresenta sentimentos como raiva e o anseio de buscar a
pessoa perdida, sentimentos esses que podem afetar a concentração e até
a qualidade de vida.
"São sentimentos naturais dentro do processo
do luto que têm um tempo para percorrer. Há pessoas que podem
desencadear isso em poucos dias ou meses e outras levam um tempo maior. O
que vai depender disso é o significado da perda para aquela pessoa",
avalia a psicóloga Maria Aparecida. O livro, explica a especialista, é
resultado de dois anos de pesquisa e tem mais o objetivo de ajudar as
pessoas a compreender o sentimento do luto, entendido como uma reação
emocional diante de uma perda significante.
Luto e crianças
A
psicóloga explica ainda que em pleno século 21 são poucos os pais que
conseguem dizer a seus filhos que a morte é inevitável e irreversível.
Para a psicóloga, é preciso conversar sobre a morte de forma
esclarecedora com as crianças. "Para ajudá-las após a perda é preciso
oferecer carinho, compreensão, amor, respeito, acolhimento e escuta",
avalia.
E, assim como os adultos, a criança também passa pelo
processo de luto, mas a expressão dela é diferente. O que é
preciso respeitar ou observar numa criança de luto é a idade, o
desenvolvimento cognitivo dela e o contexto onde vive. "Se é uma criança
com até 3 anos, ela vai desenvolver uma saudade, um choro, às vezes um
regredir no desenvolvimento que ela já havia aprendido. Mas ela não
viver com a dor de que o outro morreu porque ela não consegue entender
isso. Nós, adultos, podemos ajudar ela a fazer essa leitura", analisa
Maria Aparecida.
O livro, explica Maria Aparecida Mautoni, é
resultado de dois anos de pesquisa e tem mais o objetivo de ajudar as
pessoas a compreender o sentimento do luto, entendido como uma reação
emocional diante de uma perda significante. "Só terei o sentimento de
luto se a pessoa que perco, objeto ou animal de estimação, tiver um
vínculo afetivo. Não tenho o luto de alguém que morre ou de alguma coisa
que eu perca se isso não tem algum significado para mim", explica a
psicóloga.
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