sábado, 27 de julho de 2013

Falar sobre luto com criança é tabu mesmo no século 21

Como ajudar a criança a lidar com a perda


  • Como ajudar a criança a lidar com a perda - 1 (© Psicóloga explica como pais podem ajudar a criança a lidar com a perda)


Psicóloga explica como pais podem ajudar a criança a lidar com a perda



Diz o ditado que para a morte e os impostos não há jeito: é preciso se acostumar com ambos. Mas a perda de um ente querido costuma ser uma experiência bem mais devastadora do que pagar impostos. Atravessar o processo de luto não é fácil. E, se para os adultos já é difícil, imagine para aquela criança que perdeu a avó querida ou o bicho de estimação. Como os pais podem ajuda-la a lidar com a perda e com o processo de luto?

Esse é um dos temas que as psicólogas especialistas em luto, Edirrah Gorett Bucar Soares e Maria Aparecida de Assis Gaudereto Mautoni, trabalham no livro "Conversando sobre o luto", lançamento da Editora Ágora. Na obra, as psicólogas explicam como falar sobre a morte com as crianças, dão orientações para superar a perda de forma saudável e ainda propõem reflexões a médicos e psicólogos. Uma pessoa "enlutada" apresenta sentimentos como raiva e o anseio de buscar a pessoa perdida, sentimentos esses que podem afetar a concentração e até a qualidade de vida.

"São sentimentos naturais dentro do processo do luto que têm um tempo para percorrer. Há pessoas que podem desencadear isso em poucos dias ou meses e outras levam um tempo maior. O que vai depender disso é o significado da perda para aquela pessoa", avalia a psicóloga Maria Aparecida. O livro, explica a especialista, é resultado de dois anos de pesquisa e tem mais o objetivo de ajudar as pessoas a compreender o sentimento do luto, entendido como uma reação emocional diante de uma perda significante.

Luto e crianças

A psicóloga explica ainda que em pleno século 21 são poucos os pais que conseguem dizer a seus filhos que a morte é inevitável e irreversível. Para a psicóloga, é preciso conversar sobre a morte de forma esclarecedora com as crianças. "Para ajudá-las após a perda é preciso oferecer carinho, compreensão, amor, respeito, acolhimento e escuta", avalia.

E, assim como os adultos, a criança também passa pelo processo de luto, mas a expressão dela é diferente. O que é preciso respeitar ou observar numa criança de luto é a idade, o desenvolvimento cognitivo dela e o contexto onde vive. "Se é uma criança com até 3 anos, ela vai desenvolver uma saudade, um choro, às vezes um regredir no desenvolvimento que ela já havia aprendido. Mas ela não viver com a dor de que o outro morreu porque ela não consegue entender isso. Nós, adultos, podemos ajudar ela a fazer essa leitura", analisa Maria Aparecida.

O livro, explica Maria Aparecida Mautoni, é resultado de dois anos de pesquisa e tem mais o objetivo de ajudar as pessoas a compreender o sentimento do luto, entendido como uma reação emocional diante de uma perda significante. "Só terei o sentimento de luto se a pessoa que perco, objeto ou animal de estimação, tiver um vínculo afetivo. Não tenho o luto de alguém que morre ou de alguma coisa que eu perca se isso não tem algum significado para mim", explica a psicóloga.

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