Alckmin extingue pasta e corta gastos de R$ 350 milhões
Alinhado
a discurso nacional do PSDB, governador corta despesas com custeio,
decide vender 4 mil carros e helicóptero e fundir autarquias
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anuncia hoje um
cronograma de corte de gastos da ordem de R$ 350 milhões até o final de
2014. A medida visa a compensar a revogação do aumento da tarifa do
metrô e da CPTM. Para não afetar investimentos, o governador cortará
gastos com custeio. Além de extinguir a Secretaria de Desenvolvimento
Metropolitano, o tucano venderá quatro mil carros e até o helicóptero
que tem à disposição para deslocamentos aéreos.
O governador
pretende ainda fundir três autarquias. As medidas se alinham ao discurso
nacional do PSDB, que na onda das manifestações nas ruas cobrou da
presidente Dilma Rousseff uma espécie de "reforma administrativa", com
medidas moralizadoras e redução de ministérios pela metade e de cargos.
O
custo anual da redução das tarifas é estimado pelo governo estadual em
algo em torno de R$ 220 milhões. O valor do corte, portanto, pagaria a
redução da tarifa até o final do mandato do governador.
Algumas
medidas de austeridade vinham sendo estudadas pelo governo, mas o pacote
que será anunciado hoje foi gestado depois que o tucano revogou o
aumento das passagens, na quarta-feira da semana passada. Na ocasião,
ele disse que seria necessário "apertar os cintos" e sustentou que seria
preciso cortar investimentos porque as empresas não teriam como arcar
com custos da revogação.
Pastas. Alckmin vai anunciar hoje a
incorporação da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano à da Casa
Civil, passando de 26 para 25 o número de pastas do governo estadual.
A
secretaria foi uma promessa de campanha. Nos dois anos e meio de
existência, ela foi chefiada na maior parte do tempo pelo atual
secretário da Casa Civil, Edson Aparecido. Atualmente, a cadeira é
ocupada pelo interino Edmur Mesquita. Com orçamento de R$ 144 milhões
previsto para 2013, ela é uma chamada secretaria-meio, pois não executa
ações de governo, mas apenas planeja e elabora as políticas públicas
para o desenvolvimento de regiões metropolitanas do Estado.
O
governo também deve anunciar a fusão de três autarquias: a Fundação do
Desenvolvimento Administrativo (Fundap), a Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados (Seade) e o Centro de Estudos e Pesquisas de
Administração Municipal (Cepam). Em um primeiro momento, não haverá
demissões, mas integrantes do governo admitem que isso deve ocorrer com
as fusões.
Além disso, a minirreforma administrativa promovida por
Alckmin permitirá que o governo deixe de gastar com alugueis de prédios
atualmente ocupados pelas fundações. O corte de custeio atingirá também
gastos com telefonia fixa e celular.
Só com o corte de custeio
nas secretarias da Casa Civil, Planejamento e Gestão Pública, o governo
espera economizar em 2013 cerca de R$ 40 milhões.
No total, a
economia que o governo paulista espera fazer neste ano é de R$ 130
milhões. Já em 2014, o valor economizado chegaria a R$ 220 milhões,
totalizando os cerca de R$ 350 milhões até o final do mandato.
Integrantes do governo dizem que esse é o primeiro corte de outros que
Alckmin fará.
Aécio. Na terça-feira, o presidente do PSDB e
provável candidato à Presidência, senador Aécio Neves (PSDB-MG) -
potencial adversário de Dilma Rousseff na disputa eleitoral de 2014 - ,
pediu à presidente reduzisse pela metade o número de ministérios -
atualmente são 39 - e que cortasse pela metade o número de cargos
comissionados na União (hoje cerca de 22 mil). Dilma também é cobrada a
abrir os gastos com suas viagens.
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