"Condição é muito crítica, qualquer coisa é iminente", diz filha de Mandela

Grant Neuenburg/Reuters

A família do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela confirmou, nesta quinta-feira (27), que o estado de saúde do vencedor do Nobel da paz é muito crítico.

O herói africano


  • Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra a violência racial na África do Sul, Nelson Mandela - ou Madiba, como é chamado na sua terra natal - passou 27 anos preso e se tornou o primeiro presidente negro daquele país.



"Só posso reiterar que Tata (papai) está em condição muito crítica, qualquer coisa é iminente", declarou a filha mais velha de Mandela, Makaziwe, em uma entrevista à rádio pública SAFM.
"Mas também quero enfatizar de novo que apenas Deus sabe quando chegará sua hora... vamos esperar ao lado dele, com papai, enquanto continuar conosco", completou.
Nesta quinta-feira de manhã, Makaziwe liderou um grupo de netos em uma visita ao ex-presidente no hospital de Pretória onde ele vem recebendo tratamento. Segundo ela, Mandela está acordado e tenta reagir quando alguém tenta falar com ele.
"Eu não vou mentir, ele não parece bem. Mas como eu digo, se nós falamos com ele, ele responde e tenta abrir os olhos. Ele ainda está lá", disse à rádio SABC.
Napilisi Mandela, líder do clã do ex-presidente sul-africano, que viajou de Transkei, sul do país, a Pretória para uma visita, declarou que Mandela respira com a ajuda de aparelhos.
"É triste, mas o que podemos fazer?", declarou em tom resignado.
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, participaria de uma reunião de cúpula da Comunidade de Desenvolvimento Sul Africano (SADC) em Moçambique para discutir a infraestrutura regional, mas desistiu da viagem após visitar o ex-presidente, de 94 anos, no hospital na noite de quarta-feira.
"Ao longo das últimas 48 horas, o estado do ex-presidente Madiba tem piorado", disse o porta-voz presidencial Mac Maharaj à emissora estatal SABC, usando o nome de clã pelo qual Mandela é carinhosamente conhecido.
O estado de saúde de Mandela piorou no fim de semana. Ele foi internado no dia 8 de junho em caráter de emergência após uma recaída da infecção pulmonar que sofre há dois anos e meio, uma consequência dos anos que passou na prisão durante o regime do apartheid. (Com Reuters e AFP)