Protesto contra Sérgio Cabral reúne cerca de 300 pessoas no Rio
Enquanto a manifestação acontecia em frente ao Palácio Guanabara,
professores da rede estadual disseram ter sido agredidos pela Polícia
Militar no mesmo local, depois de audiência com o vice-governador
"Policiais reprimiram com bombas de gás os manifestantes que estavam nas ruas no entorno do Palácio"
RIO
- A expulsão por policiais de 30 professores do Palácio Guanabara,
depois de audiência com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, foi o
estopim para que mais um protesto com cerca de 300 pessoas na sede do
governo fluminense terminasse em tumulto. Manifestantes do lado de fora
derrubaram as grades do palácio ao verem os professores serem
arrastados. PMs usaram spray de pimenta, balas de borracha e bombas e
uma pessoa foi detida por jogar pedras nos policiais. O confronto se
espalhou pelas ruas de Laranjeiras.
Os professores estão em greve desde o dia 9. Eles se reuniram com Pezão e o subsecretário de Educação, Antonio Neto. Insatisfeito, um grupo decidiu permanecer no prédio. Manifestantes que faziam passeata da Igreja da Candelária à Câmara Municipal decidiram ir até o Palácio e apoiar os professores.
Logo
depois que chegaram, os professores foram expulsos. "Fui espancado e os
policiais me jogaram para fora", disse o professor de História Fernando
Pinheiro, que estava com a camisa rasgada. Colegas dele contaram que
Pinheiro foi levantado e arrastado por sete policiais. "Arrastaram as
pessoas, puxaram pelo cabelo, bateram em mulheres", afirmou Alex Trentino, coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).
Às
21h30, o Batalhão de Choque dispersou o protesto e o tumulto se
alastrou. Manifestantes lançaram pedras (um repórter da rádio BandNews
FM foi atingido na cabeça), incendiaram lixeiras, destruíram pontos de
ônibus e telefones públicos. Um banco Itaú teve a fachada danificada.
Socorristas voluntários contabilizaram dezenas de atendimentos de
pessoas afetadas por gás lacrimogêneo.
O governo do Estado
divulgou nota, criticando a ação de "grupos radicais". "Esses grupos não
estão interessados no diálogo e na democracia. Eles apostam no caos".
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